Conhecer o Porto Santo

Gastronomia Tradicional

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                                 Perrixil ou Perrixil do Mar;

       Erva vivaz um tanto carnuda e glauda, da família das umbelíferas em risoma linhoso e caule tortuoso, erecto ou ascendente, folhas um-a-dois penatissectas com segmentos lineares oblanceolados, flores verde-amareladas dispostas em umbelas multiradiadas com brácteas envolucrais e umbelulares, e cremocarpo ovóide-oblongo, costado, e amarelado ou purpurescente. 

 

 
                                                       Como é preparado?

                                                               

       O Perrixil é colhido verde nas rochas do ilhéu de cima. São cozidos inteiros, numa grande panela com muita água, dando-se apenas uma breve fervura. A água é escorrida e são colocados em frascos, em escabeche, ou seja, curtidos em vinagre, pimenta, alho e sal.

 

 

                                            Para que é que servia o Perrixil?

 

       O Perrixil cozido no Porto Santo era para o acompanhamento do peixe. Era o único alimento de que se servia o povo em Quinta-feira de Endoenças e na Sexta-feira da Paixão, uma vez que as pessoas faziam jejum nesses dias, em Memória de Cristo. Hoje em dia, o perrixil é ainda utilizado no acompanhamento dos pratos de peixe, na Sexta-feira Santa.

       O perrixil em escabeche, já era utilizado na época dos descobrimentos, isto devido ao escorbuto, provocado pela falta de alimentos frescos, que eram os principais veículos de ingestão de Vitamina C. 

 

 

                      Ranchão, rinchão, erísimo ou erísimo-da-botica;


                                           Como é preparado?

 

        Cortam-se as folhas como se faz às das couves e são cozidos em água e sal. Levantada a fervura, escorre-se esta água e adiciona-se outra acompanhada com azeite, alho e pimenta, levando ao lume a mistura. Depois de cozidos, comem-se com migas de pão, broa de milho (escarpiada) ou rosquilhas de cevada.

        Hoje em dia, os ranchões ainda fazem parte da gastronomia porto-santense, apesar de os servirem de acompanhamento à escarpiada. 

 
Curiosidades:

        Esta planta era utilizada para os seguintes fins terapêuticos: expectorante, estimulante, léxica (contra a tosse), antiescorbútica, útil para os catarros pulmonares e na rouquidão, e também era muito utilizado pelos cantores, pelo que se passou a chamar “erva-de-cantores”.

 

 


                                                     Serralha ou Sarralha

          Planta herbácea, anual, laticífera, com uma haste até 1m embora geralmente seja mais baixa. Caule erecto ramificado, robusto, oco e glabro. Folhas alternadas, grandes com superfície grassa, lanceoladas, com bordos dentados e base sagitada.

 

                                           Como é preparado?

 

       Utilizada pelos porto-santenses em salada. Depois de uma lavagem cuidadosa, as folhas são cortadas como se faz à alface, depois “esfregam-nas” (pois é uma planta áspera) e, por fim, são temperadas com vinagre, azeite, alho e sal.


 

Curiosidade:
       Planta utilizada para quem tem doenças de fígado, rins, etc. É uma planta medicinal, selvagem e, segundo condições ambientais diversas, pode ter um aspecto bastante distinto.




        A gastronomia porto-santense não só é caracterizada pelas plantas, o Perrixil, a Sarralha e o Ranchão, como também pelo “famoso” milho cozido ou frito com chicharros, lapas grelhadas, espetada de vaca. O bolo do caco, o pão de casa, a capela e os biscoitos fazem ainda parte dos hábitos gastronómicos dos habitantes da ilha. Para além desta gastronomia tradicional, há ainda o bolo de mel e o de família que são muito apreciados no Porto Santo.

         Para que a gastronomia do Porto Santo seja bem saboreada, tem que ser acompanhada com um bom vinho, o vinho da nossa ilha, que juntamente com a aguardente são duas bebidas bem apreciadas no Porto Santo.

 


                                               Nota:

                 - As vinhas do Porto Santo são plantadas rasteiras junto à areia, em vez de plantadas em latadas, e diz-se que, devido a este facto, estas uvas dão um sabor distinto ao vinho. Grande parte da colheita, vai para a nossa vizinha Madeira, para a produção do famoso vinho generoso.
                                                    
                                                  Costumes do Porto Santo

                                          Missas do Parto



         As Missas do Parto são uma tradição da Ilha do Porto Santo. Destinam-se a comemorar os nove meses de gravidez da Virgem Maria e começam nove dias antes do natal, época em que se celebra o nascimento de Jesus.

         Estas missas são celebradas de madrugada, por volta das seis horas da manhã, com vários cânticos antigos. 



                                         Missa do Galo


         A Missa do Galo é uma missa que se realiza à meia-noite de 24 para 25 de Dezembro e é celebrada depois do jantar da Véspera de Natal.

         É chamada Missa do Galo, devido à lenda de um galo, que se acredita ter sido o primeiro animal a presenciar o nascimento do menino Jesus, o que fez com que este galo passasse a anunciar todos os natais, o nascimento de Cristo através do seu canto.

 
                                    As Festas de São João


         As Festas de São João, são dedicadas ao padroeiro da Ilha e representam as tradições mais genuínas do Porto Santo. Estas festas são marcadas pelas Marchas Populares, que saem à rua na noite de 23 para 24 de Junho, onde actualmente participam grupos dos vários sítios da ilha: o Campo de Baixo, o Campo de Cima, a Vila e a Camacha. 

         Estas marchas pretendem divulgar, através das letras das suas músicas, as tradições da nossa ilha.


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                                Grupo Folclórico do Porto Santo



         O Grupo Folclórico do Porto Santo teve início a 1 de Novembro de 1963, nas comemorações da descoberta da ilha. O fundador deste grupo foi o Padre Martins Junior, com a colaboração de António Rodrigues e Germano Vasconcelos.

         O folclore começou com as músicas “Cantai e folgai”, “Ladrão” e “Moinhos de Vento”. Nas suas canções, o grupo usava como instrumentos o bombom, a viola de arame, o rajão, a braguinha, um violino e também um acordeão, que era tocado pelo fundador do grupo.

         O Grupo Folclórico tinha um traje apropriado para as ocasiões especiais: o das raparigas era constituído por sapatos pretos, meia branca até ao joelho, saia verde de lã, calção até ao joelho, blusa amarela, faixa vermelha em diagonal, lenço azul, amarrado ao pescoço à frente e com a ponta virada para trás, e um moinho na cabeça. Já os rapazes, vestiam barrete de vilão com uma bola pendurada, cachecol vermelho ao pescoço, camisa branca, faixa vermelha, calça preta e sapato preto. 

         Em 1988, o traje do Folclore muda, passando a ter como vestimenta um lenço branco, bota chã, linho da terra e sereguilha. Depois de alguma investigação, chegaram à conclusão que também deviam usar um colete, bota chã e uma écharpe. Para completar a vestimenta, adoptou-se um chapéu de palmito, que era visto como uma peça artesanal porto-santense. 

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